Trim...Trim...Trim...
Atendente do Bóbis: Boa tarde, como posso lhe satisfazer?
Paulinha: Boa tarde, solicito-lhe um Bóbis triplou-ékis-chis-chisburguer verdura.
Atendente do Bóbis: A senhorita reside no jóquei?
Paulinha: Monte Castelo;
Atendente do Bóbis: desculpe-me, entendi Marechal Castelo Branco?
Paulinha: Monte...
Atendente do Bóbis: Proximidades dos chópins Riversaide e Teresina?
Paulinha: ...Castelo.
Atendente do Bóbis: Ininga?
Paulinha: Ah, vai pra puta que pariu!
Esse interessante diálogo teve como fato gerador a necessidade de nossa amiga Paulinha de ao menos uma vez na semana esquivar-se da estafante rotina de se alimentar de arroz com feijão e carne. Nossa Heroína esqueceu-se de que residia num bairro classificado como de classe média a pobre, não sendo, portanto, área de cobertura de atendimento da nossa admirável rede de festi fudi Bóbis.
Esse acontecimento gerou-me uma idéia e não me abstive de compartilhá-la com o nosso querido presidente Lulinha Paz e Amor das elites. A idéia seria a implantação do programa “Festi Fudi na Periferia”. A justificativa do projeto encontra-se no i-meio por mim enviado ao presidente, a qual transcrevo literalmente: “ Senhor Presidente, antes de mais nada, presto-vos honrarias e genuflexões pela habilidade com que conduz esse governo na incansável defesa das elites desse país e pelo maravilhoso chute no traseiro dos pobres que vossa excelência a todo instante efetua nesses que são o atraso de nossa amável nação. Venho humildemente através deste propor-vos a implantação de um programa de governo por mim intitulado ‘Festi Fudi na Periferia’. Tal programa será de grande valia para o vosso governo, visto que gradativamente servirá de substituto ao tão injustamente difamado e criticado ‘Programa Bolsa Família’. Vossa Excelência não mais terá que escutar e se impacientar com declarações mentirosas do tipo: ‘ O Bolsa Família dá o peixe, não ensina a pescar.’ Encontrei a solução para os vossos problemas. Eis a explanação. O Programa ‘Festi Fudi na Periferia’ consiste em conceder isenção fiscal às inúmeras redes de Festi Fudi multinacionais e nacionais do país_ que em suma não passam de duas, Mequedônaldes e Bóbis_ que aceitarem levar suas lojas e produtos para as periferias das nossas grandes cidades. Tal medida levará à geração de grande quantidade de empregos diretos e indiretos contribuindo para a redução da pobreza nesses bolsões de miséria. Entretanto, Vossa Excelência, tão maquiavélico quanto eu, deve estar se indagando_ que clientela terão essas redes de Festi Fudi, caro companheiro, em meio à tanta pobreza? Que interesse terão essas multinacionais de não pagar impostos para instalarem-se em regiões nas quais não terão um cliente sequer, se já gozam desse benefício instalados em meio à sua clientela rica e de costume? Explico-vos. Em primeiro lugar, há a geração de emprego formal com mão-de-obra barata desses grotões do país. Em Teresina, Por exemplo, cidade na qual com muito orgulho resido, pode-se pagar a diária de trabalhadores de favelas como a Vila Irmã Dulce com sobras de pão com ovo do espetacular meque-dupléks-chis-chistudo salada do mequedônaldes deixadas pelos bem nascidos que para ali se deslocarem. É lucro certo! E não é tudo ilustríssimo Presidente. Como em toda grande cidade, os pobres de Teresina foram amontoados em bairros_ como Vila Irmã Dulce e Santa Maria da Codipi_ que se encontram a léguas e léguas de distância da zona nobre da cidade, com o fito de que a bela sociedade não embace sua visão com o lixo humano que ali se encontra. Os ricos que para ali se deslocarem terão que abastecer não menos de uma vez seus potentes e luxuosos carros que consomem muito combustível, contribuindo para aumentar a rede de cartelização dos postos de gasolina em Teresina. Esses são os empregos diretos e indiretos formais que serão gerados. Quanto ao subemprego, temos os pelintras, os ladrões, que não mais terão que se deslocar grandes distâncias até os longínquos bairros da alta sociedade e não mais se arriscarão pulando muralhas, desviando de cercas elétricas e correndo de Piti bul. Terão tudo que desejavam agora à porta de suas casas. E aí é onde reside uma vantagem para ambos os lados, tanto para a sociedade de bem quanto para a sociedade do mal. Os homens de bem, quais sejam, os ricos, levarão apenas a quantia em dinheiro necessária para adquirir um Bóbis triplou-éks-chis-chisburguer batata ou por um meque dupléks-chis-chistudo cenoura, cuja subtração desse valor não produzirá efeito algum no bolso desses bons senhores. Os homens do mal usurparão esse valor e essa quantia os possibilitará adquirir três quilogramas de carne, cinco quilos de arroz e dois de feijão, dando de comer para sua miserável família durante duas semanas, no mínimo. Dessa forma, será necessário apenas um rico a cada quinze dias para alimentar uma família pobre constituída de 11 maléficos indivíduos. O que vem a gerar ainda caro presidente, mais empregos formais com a contratação de policiais para bater em cabeça desses miseráveis coitados, digo, homens do mal, vilões inescrupulosos. O que, por conseguinte, tende a gerar a contratação de mais repórteres para os educativos programas policiais de nossa cidade com vistas a dar conta de tanta matéria policial. O que dará mais argumento ainda para a sociedade de bem reclamar junto a seus parlamentares a tão sonhada pena de morte. Aquele vetusto argumento com o fulcro de estabelecer tal pena na ordem jurídica brasileira, o de que Buiú, filho de Mulú furtou uma galinha em meio a mil galináceos de uma rede multinacional de granjas terá como substituto o argumento dum furto de meque triplou-éks-chis-chistudo beterraba, argumento este muito mais bonito e estrondoso! Há de não se esquecer também a expansão do maravilhoso pólo de saúde teresinense, sobretudo as áreas de gastroenterologia e oncologia, com o crescimento de casos de gastrite, úlcera e câncer de intestino entre os habitantes da periferia devido aos nutritivos âmburgueres produzidos pelos festi fudis. O nosso exuberante mercado de saúde há de agradecer!
É essa a justificativa do projeto senhor Presidente. Tenho certeza de que será um sucesso! Espero contar com vossa admirável sensibilidade para as causas nobres.
Atenciosamente
Daniel MMFe
Idealizador do programa
‘Festi Fudi na Periferia’”

Um comentário:
isso me faz pensar vagarosamente àquela garota de programa, que na qual por via conversa de msn em uma noite clara de araripina, ela veio a se despir para mim, porem quando citei a humilde residência que me encontrava em teresina, veio apenas a me falar "aquilo não era para ter acontecido"...
AEHIuHAEIUhAEIUAE
Decadência uma coisa dessas...por isso que sou mais as mouras
*-*
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